Tristes mares de andorinhas
que voam mais do que dantes...
Batem asas tão sozinhas,
apontando os navegantes
Asas cinzas e dormentes,
em busca de um vôo igual...
Só tu sabes, só tu sentes,
só tu vês, ó Portugal!
Tristes mares que eram moucos
aos gritos da solidão...
Todos os versos são poucos
no vira do Minho então.
Asas cinzas e dormentes,
em busca de um vôo igual...
Só tu sabes, só tu sentes,
só tu vês, ó Portugal!
Asas plenas e secretas,
no vira do Minho em flor...
Tu - Portugal dos poetas -
tu és berço, nau e dor.
Asas cinzas e dormentes,
em busca de um vôo igual...
Só tu sabes, só tu sentes,
só tu vês ó Portugal!
Andorinhas, andorinhas,
pelos mares foragidas...
Algumas pousam nas vinhas!
Outras dormem nas ermidas!¨
(Paulo Roberto de Aquino Ney)
fonte:Nós Todos Lemos